DE OLHO NO COTIDIANO

DE OLHO NO COTIDIANO

Estou no cotidiano

Mas preste bastante atenção

Se você está na cidade

Se está no campo

Se está ali ou aqui

A quem importa?

Porque estamos em movimento

Freneticamente agitando a mente

Onde o dia a dia tem limites severos

E certos elementos são excluídos dele

Membros ficam de fora

Uns se sentem superiores

Outros se veem objetos inferiores

Esse tipo de coisa é um caso de horrores

Algumas preocupações cotidianas não são levadas em conta

Existe um discurso de um grupo dominante

Há uma luta de um grupo de supostos dominados

A plena intercomunicação é impossível em face da coexistência de discursos “superiores” e “inferiores”

O sistema tende a uma regularidade rígida

Respondendo aos anseios de quem tá no poder

Poder dos “poderes podres”

Exercido geralmente pelo infinitamente rico

A diferença não é de conteúdo

De língua ou linguagem

Essa relação, está repleta de metáforas

De relacionamentos nem sempre refinados e corteses

Mas carregado de obscuros interesses

Defendidos pelo vilão, bandido e malfeitor

Com atos rústicos, banais e brutais

Porém, ainda temos, o sujeito de conotação positiva

O cara que não é da corte, uma pessoa destituída de privilégios sociais

Diferente daquele que ostenta, esse tenta

Viver fora

Longe, distante, dos trâmites servis da falta de caráter, dos atos da desumanidade

Que se demonstram hiatos intransponíveis

Na tentativa de explicar e compreender

A totalidade dos conceitos

Que não justificam o mundo tal como ele é

Seja pela ciência ou pelo senso comum

Por nossa curiosidade e significação

A sociedade da alienação tem que desaparecer

Então que comece

Um pequeno concerto que vire canção

Porque a gente

Como na composição de Arnaldo Antunes

“A gente não quer só comida

A gente quer comida, diversão e arte”

PENSAE!