A MORTE DA AULA

 


A MORTE DA AULA

Na aula cheguei

O tablet, o notebook, liguei

As telas processei

Com os alunos conectei

Bora logar, as atividades realizar

Os índices precisam avançar

É preciso as metas do BI alcançar

Nas mais variadas plataformas digitais

A nova mediação pedagógica se faz

Com dados estatísticos e nada mais

Cada vez mais aulas banais

Leitura, escrita, nunca mais

Digita aí que rende mais

Vai teclando e se alienando

Enquanto a gente aqui no poder vai dominando, manipulando

Sem sentido algum, ou com sentido total, educação está uma pedagogia banal

Empresas superfaturam, empresários lucram,

E os valores se deturpam

Estudo e aprendizado, só se for plataformizado

Não me venha com pensamentos contestantes

Com rompantes críticos e reflexivos

Aborte a ideia do subversivo

Não conteste, acesse, faça os testes

É tudo mecanizado, fetichizado

Alienação da educação é projeto do status quo

Desde a invasão, até hoje, sentido expresso de dominação

 De reinados, ditaduras e democracias, educação ainda se faz na sangria

Do dia a dia das políticas que ignoram a periferia

Estudantes pobres vítimas diárias de golpes

E da negação dos direitos

A LDB não se faz ler, é como ter e não ter

Governos amassam o real direito ao aprender

Paulo Freire em pedagogia da autonomia

Quer libertar da pedagogia do oprimido

O povo iludido, segue agrilhardo, no caminho errado

Muita treta para Piaget, sob olhares do Pinochet

Sistemas educacionais, origens e pressupostos

Talvez o amanhã seja diferente

Com necessárias reflexões e intervenções

Pois as implicações do momento

Deixaram a aula um tormento

Autoridades precisam de arrependimento

Que venha a eles o discernimento

E não só por um momento

Nem como ideia de evento

Chega de políticas de alienamento

Não queremos educação de patriarcado, de opressão estatal, de pós fordismo, acusadora e opressora

Fora autoridades incompetentes que não conhecem ou ignoram o conhecimento sobre o social

Quem ficam criando situações confusas

Há um ponto fundamental, que é sobre classe social

Na atualidade os beneficiários são o grupo da elite social

Cuja visão prevalente não ajuda a gente, a gente que precisa

Bom seria se o povão decernisse e não caísse mais nessas tolices

De eleger representantes das vigarices

As respostas precisam ser criativas

Com coragem e determinação

Para sairmos desse marasmo de ilusões

De realidades distorcidas e homicidas

Contra esse discurso público dominante

Discurso de mercado

Que nem de longe atende o público necessitado!