CIVILIZADOS INCIVILIZADOS
O cartum de André Dahmer publicado no jornal Folha de São Paulo em 2022 traz uma importante reflexão sobre a nossa suposta condição de civilizados.
“A civilização é a ação e o efeito de civilizar (melhorar a formação e o comportamento das pessoas, elevar o nível cultural de uma sociedade).
A civilização, por conseguinte, é o estágio cultural próprio das sociedades mais avançadas segundo o seu nível de ciência, artes etc.”. (consultado: https://conceito.de/civilizacao).
Civilidade significa respeitar a dignidade do próximo nos relacionamentos interpessoais.
Ainda para Marquês de Maricá (séc. XIX) a civilidade é uma impostura indispensável, quando os homens não têm as virtudes que ela afeta, mas os vícios que dissimula.
Em sociedade esperamos que as pessoas adotem posturas de tolerância, cortesia, consideração, empatia, que tenham o máximo de respeito com o outro.
No cartum em questão podemos interpretar que apenas as civilizações avançadas fazem guerras de travesseiros, infere-se que os seres humanos não são civilizados, pois nem todas as suas guerras são de travesseiros. As guerras humanas são de sangue, de pólvora, de canhões, de balas perdidas, de canetas, de ideologias, de status, de coisas fúteis e banais.
Então o cartum também nos leva a refletir sobre os aspectos negativos das guerras que não sejam “de travesseiros”.
Os "extraterrestres" do cartum não consideram os seres humanos civilizados justamente pelo motivo de suas guerras não serem todas de “travesseiros”.
E sobre civilidade, vejamos o quadro abaixo
Conforme enunciado no quadro acima falar em civilidade é discutir a multideterminação do humano, uma vez que, nas próprias relações sociais as atividades humanas no mundo são as responsáveis pela nossa configuração como ser.
Se queremos nos caracterizar verdadeiramente como humanos devemos nos questionar o que nos distingue dos outros seres – o cartum faz um paralelo com “extraterrestres” , com humor ou não, essa é uma questão central que nos faz pensar sobre nossas particularidades enquanto seres humanos.
A consciência de cada um de nós reflete diariamente o mundo objetivo do qual nos encontramos inseridos, já que, o mundo tal como ele é, se mostra perverso, porque, devido as nossas guerras não serem de “travesseiros”, o mundo tal como deveria ser, ainda é um “passageiro angustiante”, se guerreando dentro de um mundo interno, sabidamente, nós mesmos.
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