Estado de direito ou Estado de polícia?
Hemorragia na periferia
Pobres, negros, jovens até
São derrubados até de pé!
País do capitalismo mercantil
Que sob a mira do fuzil
Brada em sangue
Oh! Pátria amada
Brasil!
Da estrutura econômica e social escravista
Do latifúndio e da política neoliberal
Da negligência em tempos de pandemia
Sem vacina e na busca da Cloroquina
Contar milhões de mortos é rotina!
Fez, não fez, tem tiro de insensatez
A mira do racismo, tem pontaria certeira
É institucional, é ataque mortal!
Estado policial e penal, na favela, mata geral
A nota é curta, não é playboy, não tem Jornal Nacional
Vamos para os Jardins, Morumbi, Ipanema, sei lá,
Com riquinho, a mídia cobre direitinho,
E tem sorriso do globinho!
Mas lembre-se, do que dizia Fernando Pessoa
“Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena”
Essa vale até para o Datena!
Estatísticas, tragédias,
Não, não é comédia!
É a morte enumerada numa sangrenta enciclopédia.
Melancolia, luto, consolo,
No braço armado do governo
Famílias destruídas, compartilham,
Sem sono, a desconfiança no laço social
Da bruta matança irracional!
Segurança pública
Leis rígidas
Ações práticas, intervenções duras
Enquadradas
Na lógica do espaço
Do tecido periférico
Porque nas áreas “nobres”
Fica a zona da
hipocrisia protegida pela lei do tudo
pode!
E nessa maldade
Dos privilégios para alguns
A indiferença é igual a morte
Tá nem aí, se você é pobre, negro,
Você morre!
Mas a cortina da sociedade nega
Imagina, não tem perseguição
Não há ódio, nem racismo estrutural,
O Estado é pessoa legal!
Deixa de ser crítico da realidade social
Fique tranquilo com suas garantias constitucionais
Elas te protegem da violência policial
E até dos políticos do planalto central
É tudo verdade, eu garanto!
Só que não....
Digo então...
Sem entender essa democracia verbal do perfil policialesco
Que é mais difícil do que decorar rima carnavalesca
Nossa vida social vai continuar
No sombrio espectro fantasmagórico e parasita
Do desrespeito a vida!
E a música dos Titãs
Polícia para quem precisa de polícia....
Poxa, tem um bando de engravatado por aí
Nas variadas esferas do poder e até no senado
Precisando ser abordado
Não centralize só no favelado explorado!
Eu também sonho e quero um mundo do ser humano mais amado, valorizado e respeitado
Não importando a condição social que esteja enquadrado
PENSAE!