É possível um mundo diferente com pessoas indiferentes?
É possível uma análise menos fria da estatística quando se conta número de mortos?
É possível viver e ter coragem de encarar o mundo mais como ele é do que ficar no surrealismo daquilo que ele deveria ser?
Nem sempre temos respostas satisfatórias para todas as indagações, porém, sem uma atitude prática diante da realidade colocada, ficaremos na sombra da nulidade, escondidos no calabouço escuro da estupidez e continuaremos o caminhar desumano ao sentido do nada – e nesse compasso vazio da existência cada vez mais nos tornaremos sentinelas que vigiam em vão a complexidade do mundo que habitamos. É bom fugir dos reflexos obscuros!
Outro dia tive o conhecimento de uma situação deplorável! Que em certo cemitério enquanto uns carregavam desoladamente um caixão (provavelmente de um ente querido), bem próximo a eles um grupo se alcoolizava, os observavam e riam tranquilamente! A frieza diante da dor do outro, ali, naquele momento, revela um caráter perigoso de parte da sociedade.
Para Marquês de Sade
"Não há outro inferno para o homem além da estupidez ou da maldade dos seus semelhantes". Pasmem!
Aqui no Brasil as mortes por covid-19, diariamente, vem batendo recordes alarmantes, e são inúmeros os fatores que provocam essa tragédia social, desde líderes políticos a pessoas do “estou nem aí”, somadas as medidas sem planejamento e o descaso com as minorias sociais, abandonadas a sorte e outras coisas mais.
O que dizer diante de um quadro desse? Fico com as palavras de Caetano Veloso
“Enquanto os homens exercem seus podres poderes, morrer e matar de fome, de raiva e de sede, são tantas vezes gestos naturais”.
E incapaz de descrever todo esse processo, também me escoro na reflexão em ECLESIASTES 9:1.3
“Deveras todas estas coisas considerei no meu coração, para declarar tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras, estão nas mãos de Deus, e também o homem não conhece nem o amor nem o ódio; tudo passa perante ele. Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento. Este é o mal que há entre tudo quanto se faz debaixo do sol; a todos sucede o mesmo; e que também o coração dos filhos dos homens está cheio de maldade, e que há desvarios no seu coração enquanto vivem, e depois se vão aos mortos”.
Consoante a isso
"Nunca se pratica o mal tão plena e tão alegremente como quando praticado por um falso princípio de consciência". (Blaise Pascal).
O mundo do ódio e do descaso é um lugar perigoso para se viver , que de tanto triunfar maldades e injustiças, agora, fica desacreditado de perspectivas de boas intenções e lotado de indivíduos com mente refinada a prática do mal!
Enquanto o indivíduo do propagado mundo moderno não reencontrar sua capacidade de revolta e indignação, continuaremos em pleno ressentimento e longe de qualquer possibilidade de gratidão, e os tempos continuarão a ser de trevas e escuridão.
Outra realidade é possível?
Diria Robert Badem Powell
"Deixe o mundo um pouco melhor do que o encontrou”.
Quem sabe, se tivermos tal pensamento como missão existencial, acreditarmos e lutarmos por isso, uma nova concepção de sociedade pode vir a se tornar verdade, bem porque, segundo Rubens Alves
“Nós não vemos o que vemos, nós vemos o que somos. Só veem as belezas do mundo, aqueles que têm belezas dentro de si”.
E ainda para Mahatma Gandhi “Seja a mudança que você quer no mundo”.
PENSAE!