IRONIA PARA ALÉM DA PANDEMIA!



 E a ironia...



E a ironia é a pandemia

De um mundo que já falsamente sorria

Na tempestade sombria da agonia

Do seu dia-a-dia.


E a tragédia seguia

 Assim engatilhada

Na falseada consciência de todos

Em que trevas se disfarçavam de resplandecida luz

E dúvidas pairavam sobre se alguma coisa boa ainda reluz!


E nesse mundo assim em que se pensa que começou o fim

Todos nós com a face descoberta

Queremos brigar com o Eterno

Desejamos que o vento nos leve para um outro lugar

Já é hora dos vasos de barro quebrar.


Mas os tempos são vorazes

Em que genocidas nos guardam da paz

Com forjados discursos e poder de fogo

E muito dinheiro desviado a guardar em seus bolsos.


Em com um compilado de líderes tenebrosos

A cartilha continua a ser guilhotina

Espalhadas nos navios mercantes do mundo

Fazendo barulho diante de indivíduos mudos

Então, não há tranquilidade

E nem pode haver nesse espectro institucional de brutalidade! 



Está no repúdio

De não mais aguentar, tolerar

Toda essa decadência moral e social

Você ainda acredita no Brasil?

Das muitas mortes mil se é que viu, sentiu!


Banalizou geral

Um mural imundo de apavorar

O que falta para despertar?

Conhecimento literário?

Consciência sócio-política?

Elementos tais que não se acham no armário

Nem com um bom bibliotecário

Procure outro inventário!


E em cada resistência
Tentar demolir a sórdida aparência
Da estrutura da indecência
Que não poupa nem os bebês
E desde cedo já os fazem sofrer.

E nas razões forjadas
De uma humanidade metralhada
Onde a insensatez seca aponta
Desmonta, apronta e mata
Acreditar
Porque entre o bandido e o estúpido
O lúcido ainda há de circular!

Sinais podem vir de algum vizinho
Fugindo de um cacete lógico
Apavorado com a realidade do mundo ideológico
Mas deixando de ser ingênuo, eu suponho!

E depois de tudo é preciso encerrar a dança
Interromper o ensaio do abraço com a morte
Achar na esquina um antídoto de sorte
Fabricado, no sul, leste, oeste ou norte
Não importa o aporte
Desde que descole um outro horizonte
No mais alto monte.

Onde a vista
Veja, sinta e perceba
Que o destino
Ainda que sem compromisso
Nos fará cair
Num tempo mais favorável
Onde a ordem será viver
E deixar afogar no passado
Aquele abraço apertado não dado.

E então no presente
Viver de verdade, mais intensamente
Apegar-se incrivelmente ao possível humanamente!
Porque do contrário
Como seguir em frente?






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