TEXTO: INSANOS E DESTRUTIVOS - ATÉ QUANDO?

 

Atualmente, as transformações, além de rápidas, são complexas. Alteramse as formas de vida, o modo como as pessoas se situam diante da realidade, as relações pessoais e sociais. Modificam-se, também, o jeito de produzir e de consumir, a maneira como se exerce a política, os valores, além de surgirem novos tipos de consciência, como, por exemplo, o valor que se deve dar ao meio ambiente.

E aí começamos a discutir questões e conceitos sobre o tal Planejamento Ambiental, bem como falamos de desenvolvimento sustentável, e isto se coloca como um dos paradigmas de nosso tempo.

A preocupação sobre os impactos produzidos pelo homem ao longo dos tempos sobre o meio ambiente tem tomado uma dimensão nunca antes vista. Tornou-se mais que evidente que esse modelo social fundado na extração-transporte-produção-consumo-descarte não é o mais viável (processo bem detalhado na obra A história das coisas: Da natureza ao lixo, o que acontece com tudo que consumimos da autora Annie Leonard).

O mundo construído para as cidades, voltado para os centros urbanos, para as indústrias, para a construção de núcleos populacionais, não se preocupou com os elementos da natureza, a relação do homem com o meio foi ignorada. A organização do espaço teve como premissa o chamado desenvolvimento econômico. Esta ação dominante e exploratória sobre o meio natural causou e continua a causar degradação ambiental em prol do chamado progresso (Pantanal em queimadas , Amazônia desmatada, são alguns exemplos) .

Dessa forma, paralelamente aos fatos históricos se constitui uma sociedade degradante de princípios morais e éticos, desconsiderando totalmente nossa necessidade e responsabilidade sobre o sujeito natureza. As cidades ignoraram o planejamento como componente de pertencimento e preservação, moldando um social sem interação, onde partes não se consideram a soma de um todo.

Diante desse cenário do caos ambiental, uma fator crucial se coloca para a humanidade, a saber: aquelas antigas premissas de planejamento, com base em definições econômicas e de caráter setorial, não podem mais, dadas as mazelas produzidas por essa linha ideológica, continuar vigorando, caso contrário, o mundo continuará a definhar em um quadro de meio ambiente cada vez mais escasso e inóspito.

Os estudiosos da área ambiental não tem dúvida em afirmar que as preocupações do homem moderno devem estar voltadas, principalmente, com o meio ambiente, incorporando questões sociais, políticas, ecológicas e econômicas com uso racional dos recursos.

O homem em todos os tempos se inquietou frente aos desafios da vida, agora, a inquietação tem que estar centrada na sua relação com a natureza, na busca incessante de soluções imediatas que respondam aos problemas e danos que ele mesmo causou na sua desordenada, insaciável e perversa maneira de atuar no meio ambiente, repensar moralmente e eticamente sua conduta torna-se agora fundamental, para tentar mesmo que minimamente, reconstruir nossa fauna, nossa flora, nossa própria vida.